30 de abr. de 2011

Letter For An Unattempted Suicide #7



Eu sei que para todos que têm me visto ou me lido, tá sendo estranho. Não sou o mesmo. Quanto deixo-me ser sincero ou quando não consigo disfarçar, minha apatia é evidente. Não sei quantos notam ou sabem, mas tenho pensado muito em me terminar. Não poeticamente, nem pra pedir socorro. Meus gritos de socorro são meus textos, que pouquíssimos lêem. Tenho fumado, apesar do meu desprezo por esse tipo de fuga, é a única que não abala tanto quem me vê. Estou num estado de egoísmo extremo, mas ao mesmo tempo, tenho aguentado vivo, não por mim nem pelo meu futuro, mas sim por que não suporto ver vocês todos se sentido culpados, nem que seja um pouco, pelo que eu possa vir a fazer. Não posso, nem consigo, fazer as pessoas sofrerem esse tanto. Mas quero. Não fazer sofrer, mas acabar com o MEU sofrimento.
Ando procurando acidentes. Ando acelerando o carro. Ando de olhos fechados, esperando que uma bala perdida me encontre.
Sinto muito pelo sofrimento que tenho causado, pelas faltas de amizade, pela falta de sinceridade, pelas dúvidas.
A pessoa que mais me conhecia, que há mais tempo me ajudava, se foi.
A pessoa que eu sabia que eu podia contar independente da merda que eu fizesse, se foi.
A pessoa que me entendia nos meus pensamentos mais sórdidos e bizarros.
Não. Isso nunca aconteceu com vocês. Vocês não sabem como EU vejo o mundo, vocês não sabem como eu me sinto e vocês não sabem como eu não sei lidar com isso.
Minhas idéias de nihilismo, hedonismo e qualquer outro -ismo. Vocês não têm.
Meu mundo jamais será o mesmo e eu, que já não consegui me sentir pleno, agora...
Tudo que faço é pensar merda. Diferentes formas de suicídio. Formas menos dolorosas para mim. Formas menos dolorosas pra quem achar meu corpo. Formas menos dolorosas para quem fica.
Sei que poucos tem a cabeça fraca e torta como a minha.
Não sei quandos podem pensar em ir atrás de mim, mas não ligo. Cada um resolve seus problemas do jeito que achar melhor. Se chegar no ponto que eu sinto que estou chegando, nessa dor que só aumenta, nessa falta que nada preenche, eu digo, se mate, amigo, pois nada posso fazer.
Apesar disso, uma parte de mim insiste em se agarrar. Insiste em me salvar. Mas cada vez mais fraca, essa parte. Uma hora eu vou, e a culpa não vai ser de nenhum de vocês. A única culpada não tem culpa. Ela não queria ter ido, mas foi. Eu não quero ir, mas espero que eu vá, o quanto antes. Já tentei demais ser feliz. Chega.

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32 comentários:

Edmundo disse...

Eu acho que, se você não tivesse batido tanta punheta, ia ver que este texto não serve pra nada.

Anônimo disse...

para minha sorte, não escrevi para ninguém além de mim.

Edmundo disse...

Literalmente. Costumamos chamar de autismo.

Edmundo disse...

Quando você vê outras pessoas e se ausenta para conversar consigo próprio. Todo o mundo que te conhece continua em seus respectivos lugares.

Anônimo disse...

autismo é pura lógica. acho que você quis dizer esquizofrenia. ou então eu quis dizer esquizofrenia e você quis dizer autismo mesmo. não posso dar pitacos nessa área, nunca estudei a fundo. de qualquer forma, não escrevo sob encomenda ou pensando no que terceiros vão sentir quando lerem. entendo quem faz, mas não faço. você é muito stalker, edmundo. conheci um cara de Sumaré sábado passado e lembrei de você. não por ele ser de Sumaré, essa era só mais uma das coisas que vocês possivelmente tinham ou têm em comum.

se precisar falar comigo, você tem meu e-mail e possivelmente meu telefone. a não ser que queira que a conversa continue pública. você que sabe.

Edmundo disse...

Eu acho que você save ler. O que está escrito? Esquizofrenia. Começa com E, de Edmundo.

Edmundo disse...

Eu acho que, se você tem problemas de se relacionar através dos seu blog, deveria cortar os comentários. De qualquer forma, nós somos as mesmas pessoas. Publicamente ou não. Acredito que escrever não dá tanto trabalho assim. Eu tenho certeza que seremos as mesmas pessoas, caso nós escolhamos outra forma de comunicação. Você já ouviu falar que parar de mentir faz bem? Eu não sei que diferença faz.

Anônimo disse...

Por que você não faz um msn pra você? De boa, a morte da Camila me mudou. Não o que sou, mas como eu trato o resto do mundo.

Edmundo disse...

Qual é o nome da Rua do COTUCA mesmo?

Anônimo disse...

É verdade, cara. Usar MSN à noite é legal. Embora eu tenha preferido usar o facebook. À noite. Você tá sabendo? O horário que eu costumava te ver. Se bem que facebook é mais legal de dia. É claro que na minha opinião.

Anônimo disse...

Culto a ciência.

Edmundo disse...

Eu gosto de me comunicar com as pessoas. Acho que parece normal. Normal, com N de Navio. Eu não tentei escrever outra coisa. Aliás, é bem bacana este teclado. Ele não trava, enquanto eu vou digitando as coisas que eu quero que as outras pessoas saibam.

Edmundo disse...

Qual foi a última vez que você passou em frente o COTUCA?

Edmundo disse...

Ele é era Laranja. Eu não sei por que, mas eu sempre achei isso legal.

Anônimo disse...

Você e seus devaneios avulsos.. Às vezes eles me divertem e às vezes eles me irritam.

Onde está você no Facebook então?

Edmundo disse...

Ele é Laranja. Até hoje. A Camila já viu você no COTUCA? COTUCA. O nome é gozado. Faz lembrar muitas pessoas. Não só a Camila.

Anônimo disse...

Sim, ela me viu no cotuca. Ou eu a vi no cotuca. O Vomitz estava lá nesse dia, falou algo sobre a moto dela sem saber que a moto era dela.

Edmundo disse...

Eu acho que estou falando só do que estou vendo. Eu estou com a mesma conta de sempre.

Edmundo disse...

É uma pena que aquelas paredes descascavam. Ninguém pintava elas.

Edmundo disse...

As janelas quebradas também.

Edmundo disse...

Eu ainda vou entender este problema que você tem de distinguir entre você e o restante das pessoas. Eu acho que você pode chamar como quiser.

Anônimo disse...

Não sei, as conversas com você fluem melhor pessoalmente?

Por que eu, de novo, perdi o fluxo. Tenho dificuldades em manter conversas com você. Parece que sempre há uma hostilidade. Sei lá.

Edmundo disse...

Eu já notei. Não há. É impressão tua.

Edmundo disse...

Quando não estou à vontade, eu falo. Como no primeiro comentário. Geralmente, o que ocorre é o fato eu me sentir perplexo porque você parece meio desnorteado. Dessa mesma maneira que você acabou de me falar que está. Eu acabo não comentando nada, porque só vem ao caso se realmente for um assunto.

Edmundo disse...

É você quem sente a hostilidade. Não sei porque motivo. Seria bom saber. Afinal de contas conhecemos um ao outro.

Edmundo disse...

Sempre que você fala essas coisas, um ponto de interrogação se forma na minha cabeça. São comentário que surgem totalmente do nada. E eu fico sem entender.

Edmundo disse...

Teve uma época que você falava "Porque você não se manifesta?" "Sei lá meu. Quando eu tenho vontade todo o mundo percebe." Eu não faço nem questão de entender, neste caso. Caso isso te cause uma preocupação que eu desconheça. Não sei. Só você pode falar.

Anônimo disse...

acho que a gente precisa conversar pessoalmente. não gosto de virtualidades, exatamente por que não dá pra notar sarcasmos, ironias, hostilidades, etc. e eu sempre interpreto pelo pior lado possível.

Edmundo disse...

É uma boa sugestão. Eu vou te fazer uma pergunta: Por que você acrescenta essas observações?

Anônimo disse...

quais observações?

Edmundo disse...

"Não gosto de virtualidades, exatamente" ...

Anônimo disse...

ah, estou explicando o por que de eu sempre interpretar textos da pior forma possível. a entonação das vozes nas conversas me faz falta na internet.