11 de dez. de 2011

A Arte dos Porcos


Eu não alcanço mais nada.
Fico perdido nas noites, com as pessoas dormindo ou festejando. Fico perdido, tentando viver vidas que não são minhas. Você pode estar viva em outro universo. Posso não ter te conhecido em outro universo. Milhões de possibilidades e alguém (eu) tinha que viver esta.
Me proponho a sair e o sol se esconde de mim.
Nascente de rio por armas de fogo.
Aquele palhaço sem graça, que as pessoas riem por estarem no lugar certo.
Caixinhas se abrem automaticamente para mim, mas não há nada dentro. Procuro por mensagens secretas, como sempre, como se alguém estivesse tentando me dar sinais, falar comigo em cógidos, a língua do p.
E em algum outro universo qualquer, eu sou uma pessoa feliz. Em algum outro universo qualquer, eu sou real.

Me proponho a sair e a água me saúda. Lá fora, água doce. Aqui, água salgada. Sem nenhum motivo de ser.

Ora, quem em sã consciência me deixaria tocar em uma arma sabendo dos meus desejos? Quanto disso é inútil, quanto disso é atuação? Quanto disso é tristeza iniciada por suposições absurdas?

Suponha, por absurdo, que ela seria minha. Suponha, por absurdo, que ela curaria minhas vontades. Suponha, por absurto, que eu curaria a ela. Suponha, por absurdo (e que absurdo), que seriamos felizes juntos, após tanto tempo nos negando a chance de tentar. Suponha, por absurdo, que a felicidade não é uma estrela que te queima viciosamente quando se dirige o olhar diretamente a ela. Suponha, por absurdo, que minha mente se acalmaria com ela.

Em algum universo, o absurdo é óbvio.
Se eu tivesse opções, o mais seguro seria viver num universo onde estou morto.

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