24 de fev. de 2012

Joni


Eu não consigo ainda. A dor ainda é insuportável. A dor física, eu digo. Estive na beira do seu legado hoje. Molhei os pés nos seus textos, para ver como estava a temperatura. Está num frio congelante. Eu, que só senti com os dedos dos pés, já me congelei. Naquele nível em que você súplica para alguém te dar um fim, pois cobertor nenhum irá te esquentar de volta.

Meu nome é Joni.

Se eu pular de cabeça, ou melhor, QUANDO eu pular de cabeça, devo superar a dor. Por enquanto, uma fração da brasa do cigarro ainda me dói. Ainda me deixa correndo descontroladamente, como um cachorro com bombinhas amarradas ao rabo. Não é isso que vai me levar até você. Não são queimaduras, mas talvez a tolerância à dor me aumente as possibilidades.

Meu nome é Joni. E pelo bem da sua história, eu devo morrer. Ao estilo Shakespeare. Meu nome é Joni, e eu sou um simples personagem de cabelos cacheados e nariz odioso. E se, ao fim da sua história, você morreu, mesmo que não tenha sido escrito, eu morro também.

Se há inferno para suicidas, eu me matei, e cá estou. No inferno. Meu inferno particular. Se há almas gêmeas, a minha morreu. E este é o meu inferno.

Meu nome é Joni e eu já nasci morto.

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