
Eu sei que para todos que têm me visto ou me lido, tá sendo estranho. Não sou o mesmo. Quanto deixo-me ser sincero ou quando não consigo disfarçar, minha apatia é evidente. Não sei quantos notam ou sabem, mas tenho pensado muito em me terminar. Não poeticamente, nem pra pedir socorro. Meus gritos de socorro são meus textos, que pouquíssimos lêem. Tenho fumado, apesar do meu desprezo por esse tipo de fuga, é a única que não abala tanto quem me vê. Estou num estado de egoísmo extremo, mas ao mesmo tempo, tenho aguentado vivo, não por mim nem pelo meu futuro, mas sim por que não suporto ver vocês todos se sentido culpados, nem que seja um pouco, pelo que eu possa vir a fazer. Não posso, nem consigo, fazer as pessoas sofrerem esse tanto. Mas quero. Não fazer sofrer, mas acabar com o MEU sofrimento.
Ando procurando acidentes. Ando acelerando o carro. Ando de olhos fechados, esperando que uma bala perdida me encontre.
Sinto muito pelo sofrimento que tenho causado, pelas faltas de amizade, pela falta de sinceridade, pelas dúvidas.
A pessoa que mais me conhecia, que há mais tempo me ajudava, se foi.
A pessoa que eu sabia que eu podia contar independente da merda que eu fizesse, se foi.
A pessoa que me entendia nos meus pensamentos mais sórdidos e bizarros.
Não. Isso nunca aconteceu com vocês. Vocês não sabem como EU vejo o mundo, vocês não sabem como eu me sinto e vocês não sabem como eu não sei lidar com isso.
Minhas idéias de nihilismo, hedonismo e qualquer outro -ismo. Vocês não têm.
Meu mundo jamais será o mesmo e eu, que já não consegui me sentir pleno, agora...
Tudo que faço é pensar merda. Diferentes formas de suicídio. Formas menos dolorosas para mim. Formas menos dolorosas pra quem achar meu corpo. Formas menos dolorosas para quem fica.
Sei que poucos tem a cabeça fraca e torta como a minha.
Não sei quandos podem pensar em ir atrás de mim, mas não ligo. Cada um resolve seus problemas do jeito que achar melhor. Se chegar no ponto que eu sinto que estou chegando, nessa dor que só aumenta, nessa falta que nada preenche, eu digo, se mate, amigo, pois nada posso fazer.
Apesar disso, uma parte de mim insiste em se agarrar. Insiste em me salvar. Mas cada vez mais fraca, essa parte. Uma hora eu vou, e a culpa não vai ser de nenhum de vocês. A única culpada não tem culpa. Ela não queria ter ido, mas foi. Eu não quero ir, mas espero que eu vá, o quanto antes. Já tentei demais ser feliz. Chega.
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